terça-feira, julho 29, 2003

Olá...

Há uma eternidade que não te vejo. Obrigo-me, por isso, a perguntar-me se te terei alguma vez visto, se terás sido real, ou apenas um sonho. E no entanto, era capaz de jurar que tinhas existido, porque quase consigo sentir a tua pele, cheirá-la. Em dias como o de hoje, oiço, comprimido dentro de mim, o rumor da tua voz e por vezes, na penumbra silenciosa, o teu riso abafado. Toco, cem vezes, num piano desafinado aquela balada que só por uma vez me saiu bem e que só tu conseguiste ouvir. Faço-o, mesmo sabendo que nunca a tornarás a ouvir, porque não estamos no mesmo mundo. Olho na direcção que a tua bússola me aponta e sei que no fim da linha que ela traça, estás lá. Estarás? Já não sei, porque nunca descobri se alguma vez foste real. Acho que é isto a vida imperfeita. Ou será o mais perfeita que se pode desejar? Pela resposta, apenas por ela, apetece-me sussurrar ao vento, ao nosso vento, àquele que me ensinaste a sentir:- Onde estás, liebezito?