Seguindo a coisa um bocadinho à distância, mal imaginava que a decisão da escolha de Valência para a realização da próxima edição da America’s Cup se viria a constituir como o mais recente pretexto da blogosfera para retomar o debate político e ideológico. Pela amostra da caixa de comentários do BdE II, a coisa promete... JMS começara por garantir que «os nossos marinheiros de água doce, pedantes e cheios de vento, assobiam agora para o ar, tristonhos», aconselhando-lhes a audição de A Baía de Cascais, dos Delfins, em «ritmo de marcha fúnebre»... Tomás (perdão: Thomaz) não se conteve, e lamentou a «enfermidade mental» de JMS, de diagnóstico fácil tendo presente o «seu fel para com os gajos que não têm a culpa de ter nascido numa piscina cheia de notas», e que tal despeito só se compreende por JMS «ser um teso que não tem onde cair morto»... Por seu lado, O Blogador considera que, mesmo tendo perdido a candidatura, «Lisboa-Cascais foi promovida e está na alta roda da aristocracia da vela», lamentando, de qualquer modo, a insinuação de que «a culpa é dos desgraçados dos pescadores que perderam um porto de abrigo e uma lota de pesca», acusando ainda o Ministro Arnaut de ninguém ter sabido negociar com os homens da pesca nem se ter feito um «pacto de regime» com o respectivo sindicato. Esta da aristocracia é muito cara ao Acanto, onde se explica que perdemos a organização da regata por sermos uma república, sendo que a Espanha, mais avançada, tem uma monarquia... Guutman, finalmente, lamenta termos perdido «mais um boom económico», e «mais emprego, mais iva, mais irc, mais tudo o que faz falta», acrescentando com ironia que «pelo menos os 30 pescadores já não precisam de andar mais um pouco e não têm de se incomodar».
«Mais tudo o que nos faz falta», digo eu, deve ser uma marina e acabar de vez com a frota nacional de pesca.