Ferro Rodrigues abriu hoje, em entrevista, o seu coração à Visão. Ao país interessará saber o que vai no coração do líder do PS? Numa coisa, no entanto, Ferro tem razão: no contexto actual parece precipitado o envio dos 128 militares da GNR para o Iraque. Não é de cooperação internacional nem de solidariedade que se trata, mas antes de instalar segurança num país que ainda vive em ambiente de guerra e onde há guerrilheiros armados a quem a manutenção do caos interessa. Provavelmente os militares não estarão preparados para o que vão encontrar. Provavelmente alguns poderão não voltar. O atentado de ontem contra forças italianas teria sido, porventura, o pretexto para se repensar um bocadinho esta questão. Ferro poderá ter marcado um ponto ontem, mas o tempo se encarregará de dizer se ganhará mais, pelo menos nesta matéria. Isso é necessário para o PS e para Ferro o qual, como se sabe, tem emitido opiniões mais baseadas no coração que na razão.
Um ano depois do desastre do Prestige e da forma pragmática como lidou com o assunto, facto que valeu pontos na sua popularidade, este índice está mais baixo que nunca para Paulo Portas. Até quando o PSD, Durão e o país estarão dispostos a manter o ministro em funções? Terá o envio de militares da GNR em vez de militares das forças armadas algo que ver com a necessidade de poupar o líder do PP a mais um rol de críticas?