quarta-feira, novembro 19, 2003

Era o mais forte de todos

Vacilavam na tarde, traziam cordas e correntes
amarradas ao corpo. Mas só a noite
os socorria, efémera, diluída nos sinais
de lume da manhã. Lembravam esses artifícios,
a cerveja e outras drogas leves, um licor
barato comprado em espanha,
um nome ou um rosto que dividisse por dois
a tristeza de tanto abandono. Vacilavam
na tarde, só o relógio da noite os socorria.
Um deles vinha armado, era o mais
forte de todos, o que chorava
no ombro das crianças ao romper da madrugada.