O PS costumava ser um partido de oposiçao a quem de um momento para o outro sucedeu a contingência de ter de governar o país sem que tivesse especial aptidão para isso. Quando perdeu o poder, o PS reagiu mal e, esquecendo-se que não é preciso defender teorias cabalísticas para desacreditar quem está na oposição, mas antes quem está no poder, anda entretido, em auto-combustão, a defender-se de ataques quixotescos provenientes de fértil e duvidosa imaginação.
Ana Gomes tornou-se assim, paulatinamente, na principal figura do PS sem que tenha dito ou feito algo de especial para o merecer. Em termos políticos, bem entendido, limitou-se a não comentar, até esta manhã, o caso Casa Pia. Todavia, tomada de um infeliz achaque partidário, nivelou o seu discurso pela normalidade dos seus pares e expôs de forma lamentável o que pensa sobre a conspiração contra a justiça.
Em bom rigor, torna-se urgente encontrar uma solução para o PS, a bem da democracia.