Onde porei doravante meus olhos
que não seja na causa do firmamento,
nas cousas térreas que me levaram
o olhar e me trouxeram a dor
de amar sem descansar,
de quem pende meu desejo.
Onde? tudo e nada, doce contentamento
feroz ferida, insana contradição
pejo em esconder o peito, a alma
e o coração ferido da luz
do Sol, do desalento da lama
do Outono em chama.
Engula-me a terra, pasto de fogo,
transforme-me em cinzas,
brasas de lágrimas salgadas,
crú sentimento calcinado
chamas de incerteza,
ardente piedade finita.
Eu seja chuva, ínfima gota,
efémera, da tua vida.