Esgueiras-te como uma gota de água pela fresta de uma porta que deixei apenas entreaberta. Espreitas o interior escuro, em desalinho, como um remoinho de cabelo, entras apenas, olhas em redor e sais, sem te preocupares em apagar os leves vestígios da tua passagem tão inesperada quanto desejada. Nesse dia e nos outros que se lhe seguem não durmo, ou mal durmo, nem sei; certo apenas é que mudas a minha vida ao sétimo dia do mês, como a mudas todos os dias desde então. Bem sei que datas para mim não são tão importantes quanto a tua presença, o que ela me traz e, acima de tudo, os bocadinhos que quero e espero poder trazer-te todos os dias...