terça-feira, setembro 21, 2004

A alma

A alma, a alma tinhas,
clara e aberta,
e por isso
nunca nela
consegui entrar.

Procurei-a,
mas seguia por caminhos largos
que não me permitiram chegar;
escondia-se,
atrás de altos muros
que nunca consegui escalar.

Fechava-me a porta,
momentaneamente aberta,
quando me aproximava.
Não era franca,
a alma,
que tinhas clara e aberta.

Nunca lhe descobri o início
nem tão pouco o fim,
tão grande era
e assim me fiquei, sentado,
na tua alma clara e aberta.

Contemplando as vagas que a banhavam
à tua alma clara e aberta.