sexta-feira, julho 16, 2004

Um nome

Regressas. A humidade nas paredes de cal. O sucessivo pó sobre a mesa. A imprevista luz a descer do telhado em ruínas, oblíqua, suspendendo pequenas partículas brilhantes que o teu movimento de passagem levantou do passado. Mas só recordas o seu nome. A sua voz. Os seus silêncios. O modo como fechava as janelas antes da chuva quando ninguém ainda pressentia a tempestade. E é por esse nome que hoje regressas. Embora sabendo que nem na memória desse nome encontrarás refúgio ou protecção.