Um rio nasce. Um riacho, um regato. Tanto faz. Mas desde que o faz tem vida própria. Por vezes, funde-se noutro rio, gémeo ou não e juntos formam uma corrente mais forte, que os mantém unidos. Por vezes nem por isso. Atravessam continentes ou por vezes simplesmente desaguam em pantanais que não os levarão a lado nenhum; e desaparecem, prematuramente, sem deixar rasto, nas areias de um qualquer deserto perdido e escaldante. E no entanto, todos os rios têm a sua razão de viver, o seu sentido; mas quantas vezes, por causa dos relevos da paisagem e das barragens que colocam no seu curso, semelhantes à vida dos homens, não cumprem o seu destino?