segunda-feira, julho 12, 2004

[As despedidas]

Éramos estrangeiros e ficávamos na margem
A olhar as esteiras de tabua a proteger
O peixe dos camiões de remessa,
A ceira de figos, as alcofas de palma.

E vinha depois o levante e espalhava nas esplanadas
Esse rumor das anémonas dos livros,
O sal da península, a ondulação.
Nos alcatruzes da nora, vagarosamente,

Poisavam então as águas leves
Da distância. Que a despedida nos leve
Tudo menos a esteira de tabua, a ceira
De figos, as alcofas de palma.