quarta-feira, julho 14, 2004

Dádiva



Cedo, levanto-me predisposto a dar sangue. Por nenhuma razão em especial, mas apenas porque há vontade para isso. Para o efeito, rumo ao Hospital Distrital de Faro. Duas voltas ao perímetro exterior e rapidamente concluo que será impossível encontrar um lugar para estacionar o carro. Normalmente até tenho sorte, mas hoje não é um desses dias. Resolvo-me por fim a tentar a sorte no interior. O vigilante barra-me a entrada, a pergunta de rotina, a que respondo ao que venho. Com um sorriso, diz-me que tem ordens da administração para não deixar entrar ninguém nesses casos. Retribuo-lhe o sorriso e pergunto amavelmente como veio para o seu trabalho. "De carro", responde-me. Obviamente, pergunto-lhe onde estacionou o seu carro. Aponta-me, orgulhoso, a viatura, plena de artefactos "tuning", estacionada dentro do perimetro do hospital. Informa-me ainda que os demais seguranças também estacionam dentro do hospital.
Ficámos, portanto, conversados quanto à dádiva de sangue. Quando precisarem, digam qualquer coisa.