domingo, novembro 28, 2004

Os nossos nomes

Encontrámo-nos muitos anos depois. Eu continuava a amá-la como nesse tempo. E ela (pressentia-o) continuava a amar-me como nesse tempo. Quase não trocámos uma palavra. Sabíamos que tudo o que disséssemos haveria de virar-se contra nós - quando a água da chuva escorresse nas ruas, quando a luz do trovão iluminasse o pátio, quando o calor de Julho arrastasse pelas veredas a memória dos troncos dos vidoeiros onde gravámos, a ponta de navalha, os nossos nomes.