alta noite. horas sem fim mergulho no pesadelo da falta de cigarros, sufoco por falta de nicotina. e tu, submersa no lençol de seda negro que a tua mãe nos deu, prenda de casamento, nem te moves, um gesto que seja, por compaixão. como te odeio e à tua insensibilidade imaterial. talvez um dia fumes e eu não. mas amo-te, já nem me lembro, que imbecil sou, porquê. tu e os teus, os da foto que insistes em abandonar todos os dias na tua mesa-de-cabeceira. como odeio tudo isto, mas não saberia viver sem ti. deve ser isto o amor, porque sei que amanhã sorrirei quando abrir o primeiro olho da manhã e te vir ao meu lado ou sentirei tristeza se já estiveres na tua rotina de casa-de-banho. merda de vício, que me consome. como te odeio por não me conseguires fazer abandonar o SG.