O meu caro leitor desculpar-me-á a confissão, mas o tema para esta crónica foi por várias vezes alterado. Primeiro, resolvi comentar as mais recentes evoluções do caso Casa Pia e daí partir para uma análise ao sistema judicial penal português, que diariamente abre brechas graves, para defender que é a reboque dos casos que lhes expõem as falhas que se revêm os sistemas e não quando eles, funcionando bem, se cristalizaram. É assim em tudo, não se percebe porque é que num sistema judicial as coisas têm de ser de modo diferente. Mas depois, na segunda-feira, uma hecatombe nacional fez-me repensar tudo e, amargurado com a vida, resolvi tentar explicar o inexplicável, justificando a derrota do Sporting. Tarefa árdua, difícil, rapidamente abandonei a ideia, porque com o passar do tempo é preciso começar-se a pensar no próximo adversário e esquecer o assunto (mas viram aquele golo do Roschemback, hã?).
Foi então que, num destes dias, ao meter gasolina, algures entre o verde-código-verde e a passagem de olhos pelo escaparate das revistas e jornais, uma notícia me chamou a atenção. Pela gravidade e seriedade do assunto, tinha de ser tema de crónica, porquanto o país por certo está suspenso do acontecimento - pensei. Mas não, dois dias volvidos, não há vivalma que comente o assunto, nenhum telejornal abordou sequer a questão e esta passou despercebida como se fosse uma coisa banal ou até natural. E o certo é que não é, por isso me vejo obrigado a vir a terreiro. Passo pois a explicar. Fernanda Serrano tem um romance com Pedro Miguel Ramos. Isso mesmo, Fernanda Serrano tem um romance com Pedro Miguel Ramos, aquele que apresentou o Big Brother com Teresa Guilherme e que casou com Bárbara Guimarães nas Caraíbas. Esse mesmo. Ora, uma pessoa que apresenta o Big Brother não pode ser recomendável e, como é óbvio, Fernanda Serrano corre o sério risco de ficar afectada por este deslize na sua carreira, o que é uma pena. A rapariga é boa actriz, é bonita, inteligente e, por sinal, lavadinha, por isso fica-lhe mal ponderar sequer passear-se com Pedro Miguel Ramos na Feira Popular, quanto mais ter um caso com ele. Bem sei que ainda é Verão, que ainda estamos na silly season, e que ainda não ocorreu o momento da viragem marcado pelo comício do Pontal, mas quando se deveria estar a pensar na seriedade de retomar a vida normal de todos os dias, somos confrontados com uma notícias destas, ainda por cima de forma brutal, na capa da Caras? O leitor perceberá a gravidade da questão. A Fernanda Serrano ter um namoro com Pedro Miguel Ramos representa a chegada do Outono, o murchar das nossas expectativas, o fim dos sonhos matutinos com a pequena. E depois do Pedro Miguel Ramos, o que se seguirá? Sinceramente, o caminho só poderá ser a descer. Que o país não se tenha apercebido da revisão do défice em alta pela Ministra das Finanças, ainda percebo, agora isto só pode ser adormecimento. E isso preocupa-me. Só há uma explicação e ela reside no facto de há algum tempo, na internet, ter andado a circular um pequeno excerto de um filme pornográfico no qual se dizia que a actriz principal, com quase tantos atributos como a Fernanda Serrano, era a própria. Será? Não será? Rapidamente se chegou à conclusão que era uma actriz húngara muito parecida com Fernanda Serrano. Não foi fácil descobrir isso, contudo, porque os diálogos no filme não permitiam descortinar a língua da actriz. Ou melhor, apenas não permitiam descortinar o idioma porquanto os “uhms” e “ahs” que representavam o diálogo tinham um sotaque magiar muito bem disfarçado, na medida em que ao que parece tais filmes se destinavam a ser exportados, e portanto tinham de poder ser vistos sem legendas que, como se sabe, são redutoras em qualquer filme de categoria. Com efeito, não lembra ao diabo ter um cê de cedilha na frente da virilha da actriz quando esta se apresta para cavalgar o actor contracenante.
Mas o certo é que tudo isto deve ter abalado a Fernanda e, de um momento para o outro, ela recolhe abrigo nos braços de Pedro Miguel Ramos. Tenho de confessar que o rapaz até tem jeito, mas que é uma tristeza, lá isso é. Basta ver o estado em que ficou Bárbara Guimarães, que depois de Pedro Miguel Ramos só encontrou refúgio em Manuel Maria Carrilho, para se perceber a gravidade do problema. Nunca mais chega o Outono?