sexta-feira, setembro 26, 2003

As imagens

Como num quadro de Georges, o
de la Tour, era do interior
das coisas que saía a luz
mais leve, a que poisava e
ficava nos dedos das crianças,
a que trocava de lugar com
a noite e o esquecimento.
Por isso, provavelmente, tão
cedo se perderam as vozes
sem máscara, sem o peso
estrangeiro da usura, sem
o logro disfarçado das imagens.
E agora é tarde. Ninguém
regressa a um lugar ausente.