terça-feira, janeiro 27, 2004

O silêncio

Há um instante preciso em que o tempo se suspende. Num mundo paralelo, longínquo, continuará o rumor das raízes das tílias a crescer, do musgo a crescer nos muros de pedra, dos óxidos a crescer nas fasquias abandonadas das obras, das maçãs do cedo a crescer nas hortas viradas ao sul, da tinta a descascar nos alçapões das casas da infância. Mas o céu, nesse instante preciso em que o tempo se suspende, reflecte apenas o vazio de um mundo que deixou de existir ou de fazer sentido.