quinta-feira, janeiro 01, 2004

Não peço mais, Senhor

«Não peço mais, Senhor, que o branco da geada em sendo, nas encostas frias, o seu tempo. A chuva alimentando o abismo. O vento, o sol na primavera. A neve, quando dezembro adormece e parece que fica vagarosamente à sua espera. Não peço mais, Senhor, que o lume da manhã escondido contra o pátio. A luz dos púcaros, dos vasos. A água das raí­zes. O pano antigo em cima da masseira, a alegria verdadeira das crianças breves e felizes. Não peço mais, Senhor, que um fruto iluminando a terra».