São dez da manhã. Tomo uma bica ao balcão. A meu lado, um sujeito bebe cerveja. Vai na segunda. Uma jovem aparece à entrada, acena-lhe, e ele responde: «Já vai». Na televisão começou há pouco a retransmissão do Belenenses-Estrela da Amadora. O sujeito da cerveja garante que foi um belíssimo jogo. Que vale a pena rever. Que o Estrela virou o resultado nos últimos cinco minutos. A jovem aparece de novo à porta do café. «Já vai», rosna o artista. Saio para a rua e vejo a jovem encostada à parede.
Não posso deixar de pensar que era melhor esperar sentada. Ou então deixá-lo. E fico a tremer de aflição só de imaginar que provavelmente não o deixa porque está apaixonada por ele.