Eu sei o quanto custa ser feliz.
Eu sei como é difícil estar atento
às coisas do amor: escrever a giz
no mármore, no calcário, no cimento
armado do romance. Eu sei que sim:
que às vezes apetece estar ausente
em parte incerta: em Roma ou em Berlim,
em Marte, em Salvador, no rio Mente.
Mas sei, amor, também que só assim,
fazendo com que tudo seja teu
(o que é do mar, do mundo, o que é de mim),
eu posso ser feliz. Digo-to eu:
não há felicidade sem entrega,
amor sem sobressalto. É essa a regra.