sexta-feira, maio 07, 2004

Fica...

Nem há cinco minutos, dos verdadeiros, não daqueles nossos que se estendem por tempos infinitos quando estamos juntos, partiste e sinto já aquela horrível sensação. De vazio.Vazio gelado que me impede de sentir, pensar, ponderar, ou sequer articular uma palavra que te convença a ficar. Fazes bem, sei que fazes bem e não te censuro, nem podia, por esta partida. Guardo de nós cada instante na memória, como se cada um desses instantes fosse melhor e mais doce que o anterior e infinitamente pior que o seguinte. Guardo ainda cada arco-íris, cada poema, cada palavra, cada sílaba, cada letra, como os tesouros mais importante que poderia aspirar a encerrar na minha caverna secreta. Apago o meu apego a ti pelo espaço de tempo que me for indispensável, a tua imagem, porque me dói vê-la. Sobrevives-lhe, em mim, nas ideias, no sentimento, no sorriso do Sol, mas recuso guardar um ícone teu, um único que seja, porque assim me posso permitir duvidar se foste real, ou achar que te criou a minha féstil imaginação. E no entanto, ainda que parecendo-me que és real, sei que as meninas do mar, simplesmente, não existem...