terça-feira, dezembro 07, 2004

(sem título)

sem assombro, sequer vestígios de remorso,
os teus dedos escorregam na maçaneta da porta e abandonam-na
sem se deter a rodá-la,
não lhe dás sequer tempo para mudar de temperatura.
.
fria,
a manhã cola-se ao vidro embaciado pelo meu respirar ofegante
no lado de fora da janela,
onde um pardal terminou a sua vida
enregelado, esta noite,
como as veias que sinto
dentro de mim.
.
não penso, ou melhor, penso um instante,
já é Dezembro outra vez... as miúdas...
tenho de me levantar,
ir às compras...