quarta-feira, dezembro 29, 2004

Fé er frænda róg ok flæðar viti

O Francisco deixou-nos aqui um poema em islandês antigo. E desapareceu. Claro que já começaram as reclamações... Bem: como se trata de um texto belíssimo, e enquanto as prometidas traduções não chegam, permitimo-nos cometer uma versão (muito livre, claro) do poema em causa (aliás: do fragmento, pois o que o Francisco nos deixou foi uma pequena parte dum poema bastante mais extenso). E como uma desgraça nunca vem só - amanhã faremos questão de trazer aqui uma nova versão deste belíssimo texto...

A riqueza
é o relâmpago na água
e o caminho da serpente,
a fonte da discórdia
entre os que se amam.
O aguaceiro
é o choro das nuvens:
dispersa os rebanhos
e arruina os celeiros
onde se guardam os fenos.
O Gigante
atormenta as mulheres
e o espírito dos declives:
a sua ira dirige-se aos seguidores
do Deus das sementeiras.
Mas
a presença poderosa de Odhinn
protege as colheitas: é ele
o Senhor da vastidão.
E cavalgar
é então a alegria dos homens
que fazem a jornada
mais céleres que o vento
a caminho dos campos.


[versão de José Carlos Barros]