sábado, agosto 23, 2003
Leis: deixa-me rir
Tínhamos falado disso no dia anterior: da caça furtiva, da destruição militante dos nossos recursos. Mas é preciso ver para acreditar. No meio da serra, dessa rede imensa de estradões que levam a todo o lado e a lado nenhum, os automóveis começam a acender no escuro os seus faróis a partir da meia-noite. Vêem-se alguns deles, outros adivinham-se pelo ruído dos motores quando sobem a meio da encosta. E, pouco tempo depois, começam os tiros. Não um ou outro disparo isolado: dezenas de tiros. Dezenas de tiros deixando no vale o eco da impunidade. Nas margens de um rio, próximos daquilo que chegámos a confundir com o paraíso, o vilipêndio é livre no seu exercício nocturno.