Sobe-se pelos próximos dias ao pico da silly season, sem apelo nem agravo. Infantários fechados em Agosto numa região que vive do turismo. Esquecem-se juízes e casapianos, os media vão mesmo a banhos e um milhão de portugueses ruma a Sul. Neste início de mês, as temperaturas subiram de forma insuportável e, apenas para que não restem dúvidas, recordam o Sahara aqui ao lado. Não troco as pilecas do meu carro por um par de dromedários, mas bem me apetecia um oásis perdido neste mar de gente e de calor. Renuncio por ora à Culatra, fujo aos Agostinhos da 125 e ao almirantado dos Sunseekers, Azimuths, Princess, Astondoas e afins que agora começam a descobrir aquelas paragens. Descubro, num mapa, o tal oásis e demando amanhã tais paragens. Espero não ter de parar com os posts para o Um Pouco mais de Sul, mas a tecnologia nada poderá contra a falta de rede de um telemóvel. A civilização, como a conhecemos, ainda não chega, felizmente, a todos os cantos do país.
No meu oásis de eleição, há um dos melhores alfarrabistas do país e uma livraria que consegue ter qualquer livro existente no mundo em dois dias, há uma piscina municipal que agora está vazia de gente e todo um mundo gastronómico. Maria (Alandroal), Fialho (Évora), Grémio (Évora), Bernardino (Serra d'Ossa), Isaías (Estremoz), Barro (Redondo) são alguns dos templos que merecem a visita. Tudo locais que resistem, ainda e sempre, às manifestações de nouvelle cuisine ou simples alarvismo que dominam o panorama algarvio por estes dias. E depois, há as adegas cooperativas e a Herdade do Esporão a dois passos. Tudo bom pano, onde apenas cai a nódoa da poluição do Guadiana, que não deixa aproveitar as potencialidades do Alqueva. À minha espera terei 40º à sombra mas, acredite o leitor, no interior do alfarrabista ou de uma das catedrais referidas não se sente o calor. Compreendo que me diga que nem que lhe pagassem demandaria tais paragens. Eu já fui assim. Passou-me. De resto, hoje não fico, nem que me paguem. Troco o Algarve pelos Foros da Fonte Seca, à espera de dias mais calmos no burgo, que nunca será reino, nem do Algarve, nem da Fuzeta.
Bons terramotos, que é como quem diz, boas férias.