Descíamos sem rede os declives,
as ravinas que vinham do alto
da ribeira desaguar no vale. Nada poderia
abrir-nos os pulsos, nenhuma pedra
com o seu gume entregue à erosão dos nomes,
nenhuma navalha
afiada nas antigas profecias.
Era essa a glória: atravessar o mundo
num fio suspenso entre duas penínsulas
e saber que a morte se demorava
em países longínquos
até que regressássemos a casa
ou adormecêssemos nas páginas
imperfeitas dos livros.