sexta-feira, junho 18, 2004
Custa sempre, mas até sempre
O fim custa sempre, mesmo quando é um fim anunciado, mesmo quando não se sabe que é um fim, mesmo que se pense que não é um fim, com tudo o que há de definitivo contudo num fim. E no entanto, sabemo-lo, só a morte representa o fim. Felizmente, no caso do Zé, nenhuma dessas situações acontece. Nem o poeta nem o homem morrem, nem Um Pouco Mais de Sul morre. Fica mais pobre, francamente mais pobre, mas não se apaga para sempre independentemente de eu por aqui continuar a vegetar. O verdadeiro valor de Um Pouco Mais de Sul, aquilo que o Zé aqui foi deixando ao longo deste ano, permanece de forma indelével alojado num qualquer servidor perdido no ciberespaço, mas sobretudo alojado na memória dos amigos e dos outros que por aqui foram passando, revendo-se ou não, nas linhas que aqui foram sendo depositadas. Há alturas na vida em que as coisas deixam de fazer sentido. Há dias, semanas, meses, assim. E depois, um regresso súbito apaga o tempo de ausência. A expectativa do regresso anima os que cá ficam e encoraja-os a ir ficando. À espera. Não há pessoas insubstituíveis, mas há poetas insubstituíveis. Nessa medida o Zé é insubstituível, mas tenho a certeza que continuará a fazer aquilo que faz muito bem. Escrever. Escrever bem. Em tom de crítica, diria que aqui nem sempre o fez bem, mas teve - e tem - momentos de genialidade. E quem sou eu para dizer mais que isto. Verdade seja dita, pelo imediatismo, um blog impõe que nem sempre se seja bom no conteúdo de um post. Longe dos posts, acredito que tudo o que sair da pena do Zé seja bom, muito bom e que, afinal, todos, e sobretudo ele, ganhemos com isso. Um abraço, desde esta porta que manterer aberta enquanto me for possível. À espera do regresso...