segunda-feira, janeiro 10, 2005

Indiferentes

O funcionário da Câmara encosta o escadote à parede e sobe ao telhado. No recreio, indiferentes, as crianças jogam à bola, correm, dão cambalhotas num aparelho de ginástica. Na rua, indiferentes, as pessoas passam, apressadas, puxando as golas do casaco contra o frio de Janeiro. Só eu páro por instantes. Só eu fico a olhar. Com a estranha sensação de que não há mais ninguém na cidade, no mundo, que se comova enquanto se procede à desmontagem do Pai Natal insuflável do telhado do Infantário.