É interessante constatar que os dois mais recentes líderes do PSD acabam de sofrer duas pequenas derrotas que têm por cerne, precisamente, o triunfo da democracia. Um, Santana Lopes, envolve-se num mini-escândalo do qual sai beliscado devido à tentativa de controlo dos media. Outro, Durão Barroso, devido ao reforço de poder do Parlamento Europeu. Num e noutro casos, goste-se ou não, o contraditório e o livre direito à opinião prevaleceram sobre a vontade desses líderes. E é este auto-controlo da democracia, este sistema de contrapoderes que faz da democracia o mais equilibrado dos sistemas de governo à face da Terra que deve ser ressaltado e ressalvado. É ainda, por outro lado, esta divisão em que assentam a maioria dos sistemas parlamentares ou semi-presidenciais europeus que constitui o último reduto defensivo da constelação de direitos, liberdades e garantias fundamentais que tão arduamente foi conquistada ao longo de todo o séc. XX que urge consciencializar e, sobretudo, fortificar para melhor defesa.