A dor invade-me. E o delírio, a enxaqueca, as pontadas no ventre, os membros mortiços, pálpebras palpitantes, olhos vermelhos, exangues. Não me mexo, nem ouso fazê-lo, pensar sequer nisso violenta-me as entranhas. Só mais uma vez, tem de ser só mais uma vez. Não! Acabou, é horrível a dor, revolvo-me em convulsão pelo chão, não me suporto e renuncio a cada instante passado da minha existência. As doses, as depressões, cada saída e cada entrada em mim... Eu já não sou eu e preciso de o ser. As dores provam-me que estou vivo, e estarei. Se a isto sobreviver...