O outono demora a trazer-nos a luz tão breve de novembro: perde-se nos poentes, nos ramos quase secos das amendoeiras, na faixa de névoa que se espalha sobre os campos lavrados das fazendas onde não avançou o betão dos loteamentos. Mas a meio da tarde, por instantes, chegamos a pressentir que essa luz nos vem poisar nas mãos e que o inverno, finalmente, pode começar: no odor do café, nos trabalhos domésticos, no azul dos agaves que não iniciaram ainda a derradeira (e única...) floração.