quinta-feira, outubro 28, 2004

O fauno

Um fauno peludo dança
Na tua direcção,
odiosa criatura
cuspindo viscosas palavras,
imprecações sanguinárias
que ferem como ferro
e fogo, a carne desfeita
de cada sílaba que oiço.

O vómito sulca as minhas entranhas
ao mesmo tempo que o céu que se abre
para permitir a passagem de um arco-iris
que o crepúsculo anuncia
sob o milagre
dos últimos raios de Sol
que por engano
julgamos serem os últimos da eternidade.


Erro,
porque os faunos não são eternos.