quarta-feira, abril 21, 2004

Um intervalo

Com a recente criação da Direcção Geral dos Recursos Florestais (cujo decreto fundador reconhece a floresta como «património essencial à economia do País e ao seu desenvolvimento sustentável»), o Algarve, em termos de estrutura orgânica do sector, passa de uma direcção de serviços e de quatro chefias de divisão para uma única chefia de divisão que, por sua vez, despachará com os superiores instalados... em Évora. No Algarve, em 2003, arderam mais de sessenta mil hectares de floresta. Quando se exigia um esforço mobilizador para os desafios que se colocam não apenas ao nível da reflorestação como dos mecanismos de gestão e prevenção, esta despromoção não pode deixar de se considerar preocupante - mais ainda se tivermos em conta que a restruturação do sector ocorre exactamente a par da criação da Grande Área Metropolitana, supostamente num esforço de descentralização administrativa acompanhado de novas competências e responsabilidades para a Região.

A meio do processo da Casa Pia, com o início da operação Apito Doirado, com os rumores de separação de dois famosos actores da telenovela e com o Euro-2004 à porta, talvez não fosse mau preservarmos alguns breves momentos de lucidez, racionalidade e espírito crítico.