No início dos anos 20, a pintura de Mondrian caminha para a depuração formal, para a simplicidade máxima de uma trama de linhas ortogonais e pequenos rectângulos de cores primárias. Van Doesburg, seu antigo companheiro de aventuras estéticas (que vinham antes ainda do tempo da revista De Stijl), traiu estes princípios ao permitir-se a heresia de desenhar linhas diagonais. Estávamos em 1925. Mondrian viu um destes quadros e nunca mais lhe falou.
Carlos Alves, numa noite de Novembro de 1996, fez uma renúncia num jogo de sueca. Fernando Pires, seu colega e amigo íntimo desde a escola primária, poisou as cartas, levantou-se da mesa e nunca mais lhe falou.
É assim. Há coisas em que não é possível transigir.