Parece que as chamadas para o INEM faladas em inglês e francês têm maior probabilidade de não serem socorridas do que as efectuadas em português ou espanhol. Isto é inadmissível... É bem verdade que somos um país atrasado... Eu vou contar uma história. No início do ano, em Berlim, liguei para o serviço homólogo do INEM na Alemanha e expliquei-me assim: «Bom dia. Olhe, menina, desconcentrei-me aqui no cruzamento da Friedrichstr. com a Mittelstr. e derrapei. Subi um lancil e torci o pescoço. Podiam fazer o obséquio de me enviar um médico?». E a verdade é que a senhora, do outro lado da linha, respondeu-me logo. Num tom interrogativo, é certo, mas respondeu. Dizia «vasse?, vasse?», ou coisa que o valha. Via-se que estava preocupada. Que me queria ajudar. Ou seja, ela deve-me ter percebido, eu é que não a percebi a ela.
São outros países...