terça-feira, dezembro 30, 2003

Segredos

Não regressar à procura do que chegámos a suspeitar que ficaria para sempre, intacto, à nossa espera. Regressar apenas. A um caminho que corre paralelo às arribas de xisto cortadas a pique, por vezes em fatias, abertas como as páginas dum livro de histórias. Às breves enseadas onde a maré nunca chega a esconder a linha do equinócio. Aos campos agrícolas defendidos do vento pelo alinhamento das sebes. A essas praias, durante a noite. E ficar assim, à noite, a olhar o mar como se víssemos o mar pela primeira vez.