sexta-feira, dezembro 05, 2003
Os jacarandás da avenida
Primeira sessão de fisioterapia. A clínica de um branco asséptico. A temperatura primaveril. A técnica, na fase inicial de recolha de dados, virou o envelope das radiografias e deu com os versos alinhados de um poema sobre os jacarandás da avenida que eu acabara de cometer na sala de espera. Ergueu ligeiramente a cabeça e perguntou-me se tínhamos ali poeta... Atrapalhado, apanhado em falta, respondi-lhe logo que não. Que aquilo nem sequer era a minha letra... E acrescentei: «meu Deus, só me faltava mais essa»... Ela sorriu e continuou a preencher o impresso administrativo. E via-se que ficou aliviada.