segunda-feira, dezembro 15, 2003

Nem sempre há pachorra

Este meu amigo, se mandasse, privatizava tudo: hospitais, escolas, repartições de finanças, direcções regionais. Ontem à tarde lá voltou a desfiar o seu rosário recorrente de acusações contra a administração pública: que não funciona; que não dá uma resposta atempada; que não despacha; que ninguém mexe uma palha; que é um sumidouro de recursos... A páginas tantas, olhando o horizonte, interrompeu uma frase sobre a eficácia demonstrada dos privados na gestão hospitalar: «Bolas, já é noite... Também é verdade que estamos quase no solstício. É a 21 ou 22 de Dezembro?». Respondi-lhe no seu registo, como num eco: «Se depender da administração pública, se calhar só lá para meados de Janeiro do próximo ano»...