terça-feira, dezembro 02, 2003

Inês

Ela via o templo romano pela primeira vez. Chovia. Ainda assim ficámos os dois a olhá-lo durante muito tempo. Já noite. À chuva. Com os holofotes a iluminá-lo dessa irrealidade sem tempo. A Inês a olhar pela primeira vez as colunas erguidas sobre a cidade e contra o escuro que há muito descera sob um céu de chumbo. E eu com a ilusão de que ela não via o templo de Diana pela primeira vez, mas como se aquelas pedras existissem desde sempre na sua breve e antiga memória do mundo.