sexta-feira, fevereiro 20, 2004

Quando em Circe

Quando em Circe de súbito encontraste
Essa baía meiga onde aportar
Tu, ulisses, urdidor de ventos e caminhos,
Que ilha por ilha em vão buscaste
Ítaca, a misteriosa, sobre o mar,
Festejaste com mel, canções e vinhos
Essas luas altas que beijaram o teu navio;
E a brisa difluindo veio ver
A flor estranha dos deuses em cuja haste
Cresceste para o sol, por esse rio
Que navegaste ao doce anoitecer
Quando Circe de súbito encontraste.

[Fernando Cabrita: O Sul - poemas algarvios]