sexta-feira, junho 24, 2005

O Decano

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Este ano decidi cortar com o futebol. Todo!? - perguntará o leitor - não acreditando nesta minha boa intenção, no que fará, obviamente, muito bem. Claro que não. O futebol é daquelas disciplinas que nos está no sangue, excepção e honra seja feita àqueles que por razões hormonais são imunes ao fenómeno. Mas dizia, decidi cortar com o futebol porque me fartei dos apitos dourados, dos campeonatos sem mérito, da trama, da artimanha e da pouca clareza da definição do mérito ou honra desportiva.
Então, em absoluto desespero de causa, virei-me para o campeonato espanhol e comecei a acompanhar com alguma regularidade o percurso das equipas de Sevilha, na primeira divisão, e do Recreativo de Huelva na segunda divisão, acalentando relativamente a este último a secreta esperança que regressasse ao convívio dos grandes, permitindo-me assim ver bom futebol de quinze em quinze dias, a apenas cem quilómetros de casa, sem portagens e sem filas de trânsito de permeio, por uns meros duzentos euros anuais.
E assim foi, ao longo de 40 jornadas, todas as segundas-feiras era dia de ver as incidências da jornada no As e no Marca, mas na ponta final do campeonato, o Recreativo (treinado pelo veterano da selecção espanhola e do Atlético de Madrid - Quique) escorregou e concedeu dois empates fatais que o atiraram para a quinta posição, permitindo o triunfo no campeonato ao rival Cádiz, que assim ascende à primeira divisão acompanhado do Celta de Vigo e do Alavés. Uma pena, mas foi justo, segundo relatou a imprensa. Valha-nos isso, que não é pouco. Enfim, para o ano há mais.
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