terça-feira, maio 10, 2005

[Uma história antiga]

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«Amo-te», dizia ele. E se chovesse, ou se o vento se levantasse na veiga, começava a correr, aflito, à procura de abrigo. E logo a chamava, dizendo «anda, corre, aqui estás protegida». Ela sorria. Como nos filmes. Porque nesse tempo acreditavam que há sempre um abrigo.
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Só mais tarde compreenderam que nada os protegia do amor.
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[JCB, in Presa do Padre Pedro, a tinta sobre papel]