Regresso ainda, por uma noite só, para te dizer que aqui estou, de nariz colado ao vidro espesso, indiferente ao frio interior que me gela. Nada explica a minha ausência, nem o meu silêncio, senão o meu próprio vazio existencial interior, o apagão das palavras, o afogamento das sílabas no meu próprio aniquilamento. Bem sei que não entenderás isto, nem eu to saberei explicar, mas por ora basta-me saber-te no final esotérico de cada suspiro meu, porque mais não te poderia pedir, muito menos desejar; são coisas para além das minhas forças. Algo há que gostaria de te dizer, mas sei intimamente que nunca encontrarei as palavras certas, porque até a mim me falham...