quarta-feira, março 23, 2005

Almas

Que espinhos semeia teu amor
no caminho sobressaltado da minha vida
deixando que me pese o uivo do vento
e o rasgar das ondas de alto-mar
.
Deixa-me viver tão só o desejo
e a aventura de apenas merecer
o brilho do teu espírito puro
que sempre de sangue conspurco
.
O teu amor, a fonte de virtude, o pecado
e o castigo, oiço-te mas não te vejo falar
queixas-te mas não te escuto
sinto-me monstro e a ti donzela
.
Quero procurar nos teus olhos
os beijos calados por que anseiam meus lábios
as tuas mãos invísiveis à procura do corpo
que não é meu, inflamado pelo alento do amor
.
Almas gémeas, olhando-se em silêncio
sem nome conhecido